segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Angola



DADOS GERAIS(2004)

GEOGRAFIA – Área: 1.246.700 km². Hora local: +4h. Clima: tropical (maior parte), árido tropical (O). Capital: Luanda. Cidades: Luanda
(2.819.000) (aglomeração urbana) (2001); Huambo (203.000), Benguela (155.000), Lobito (150.000) (1983); Lubango (105.000) (1984).

POPULAÇÃO – 13,6 milhões (2003); nacionalidade: angolana; composição: grupos étnicos autóctones 99% (principais: ovimbundos
37%, umbundus 25%, congos 13%, luimbés 5%, imbés nianecas 5%), europeus ibéricos 1% (1996). Idiomas: português (oficial), línguas
regionais (principais: umbundu, quimbundo, quicongo, ovimbundo, congo). Religião: cristianismo 94,1% (católicos 62,1%, protestantes
15%, outros 16,9%), crenças tradicionais 5%, sem religião e ateísmo 0,9% (2000).

GOVERNO – República presidencialista. Div. administrativa: 18 províncias. Presidente: José Eduardo dos Santos (MPLA) (desde 1979,
eleito em 1992). Partidos: Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola
(Unita). Legislativo: unicameral – Assembléia Nacional, com 223 membros. Constituição: 1975.

ECONOMIA – Moeda: kuanza; cotação para US$ 1: 75,12 (jul./2003). PIB: US$ 9,5 bilhões (2001).

DEFESA – Exército: 90 mil; Marinha: 4 mil; Aeronáutica: 6 mil (2002). Gastos: US$ 1,5 bilhão (2001).

RELAÇÕES EXTERIORES – Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, SADC, UA. Embaixada: Tel. (61) 248-2915, fax (61)
248-1567 – Brasília (DF); site na internet: www.angola.org.br.

DESCRIÇÃO

Ex-colônia portuguesa, Angola viveu em guerra por 40 anos, com saldo de mais de 1 milhão de mortos. Primeiro foi a luta pela
independência, desde 1961. Em 1975 começa a guerra civil, cujo fim só ocorre em 2002. A economia, baseada na exploração de petróleo
– mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) – e diamantes, fica seriamente prejudicada. O país tem baixos indicadores sociais: os
angolanos vivem em média 46 anos e mais da metade não é alfabetizada. Terra de origem da maioria dos escravos trazidos para o Brasil,
Angola situa-se no sudoeste da África.

HISTÓRIA

Dentre os grupos banto que ocupam a região no primeiro milênio da era Cristã, destaca-se o reino do Congo, que recolhe tributos das
províncias sob sua soberania, incluindo parte da atual Angola. Próspero, esse Estado assiste à chegada do navegador português Diogo
Cão, que aporta em 1482 na foz do rio Congo. A colonização portuguesa funda cidades que servem de base para o comércio de escravos,
como Luanda (1575) e Benguela (1617). As fronteiras oficiais de Angola são estabelecidas em 1891, seguindo o estabelecido na
Conferência de Berlim (1884-1885), que partilha a África entre as potências européias.

Independência – Em 1961 começa a luta armada pela independência. Três grupos expressam diferenças ideológicas: o Movimento
Popular de Libertação de Angola (MPLA), marxista e apoiado pela União Soviética; a Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA),
sustentada pelos Estados Unidos (EUA); e a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), inicialmente maoísta e depois
anticomunista, apoiada pelo regime sul-africano do apartheid.
Com a queda do regime salazarista em Portugal (1974) e a decisão de tornar Angola independente, as rivalidades entre esses movimentos
se agravam. O Acordo de Alvor, firmado em janeiro de 1975 entre Portugal e os três grupos, prevê um governo de transição. O acordo
fracassa, e a guerra civil começa quando Agostinho Neto, líder do MPLA, é proclamado unilateralmente presidente da República Popular
de Angola, de regime socialista.

Eleições e impasse – A FNLA dissolve-se no fim dos anos 1970, mas a Unita mantém sua guerrilha com o apoio da África do Sul e dos
EUA. Tropas cubanas ajudam a sustentar o governo. Em 1988, acordo entre Angola, Cuba e África do Sul define a retirada das tropas
cubanas e sul-africanas. Em seguida, o governo e a Unita assinam acordo de paz e convocam eleições para 1992. Observadores
internacionais atestam a vitória do candidato do MPLA à Presidência, José Eduardo dos Santos, com 49,57% dos votos. Jonas Savimbi,
líder da Unita, com 40%, não aceita a derrota e recomeça a guerra.

Acordo de Lusaka – Em 1994, MPLA e Unita assinam acordo de paz em Lusaka, na Zâmbia. Como resultado, um governo de união
nacional assume em 1997, mas Savimbi, que seria o vice-presidente, recusa-se a entregar o controle de áreas de exploração de diamante.
Os conflitos prosseguem.

FATOS RECENTES

As tropas do governo avançam sobre os territórios inimigos em 2001. Com a guerrilha encurralada, Jonas Savimbi morre em combate, em
fevereiro de 2002. A guerrilha volta à mesa de negociações. Em 30 de março é assinado memorando de entendimento validando os
acordos de Lusaka e, em 4 de abril, um cessar-fogo total. O acordo prevê a desmobilização dos 50 mil homens da Unita. A incorporação
de 5 mil ex-combatentes ao Exército e à polícia é concluída em agosto, marcando oficialmente o fim da guerra civil.
Em janeiro de 2003, o presidente empossa Fernando Piedade dos Santos como primeiro-ministro, após três anos de vacância do cargo.
Em junho, a Unita, agora partido político legal de oposição, elege Isaias Samakuva novo líder.

A herança da guerra

Como resultado de décadas de guerra, o Produto Interno Bruto (PIB) de Angola despenca entre 1996 e 1999, aprofundando a miséria. A
pacificação, em 2002, traz a redução dos gastos militares, mas surge o custo de incorporação à vida nacional de milhares de integrantes
da Unita. Os investidores externos, porém, reagem com otimismo e prevêem que a produção de petróleo cru irá dobrar até 2007. Mesmo
com o conflito, Angola se mantém como o segundo principal produtor de petróleo na África ao sul do Saara – o primeiro é a Nigéria.
Os grandes desafios são reconstruir estradas e ferrovias e ampliar o cultivo da terra, dificultado pela existência estimada de 12 milhões
de minas terrestres. Em 2001 houve 339 acidentes com minas, e há cerca de 100 mil angolanos mutilados por elas. Em julho de 2002, o
governo de Angola adere oficialmente ao tratado de banimento das minas terrestres.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Almanaque Abril 2004

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